
A desculpa era dinheiro. Mas minha avó achou um salão baratinho e me levou até lá amarrada no banco do passageiro. Desprendeu-me, entramos na pequena casa e surpresa: a moça da recepção seria a que "apararia minhas pontinhas (duplas)". Evitei olhá-la muito, não queria ver seu cabelo nem saber de qual maluquice aquela mulher era capaz de fazer consigo mesma, pois imagine o que faria com outra pessoa...
Sentei. Suava frio. Mesmo. Coloquei no pescoço aquele grande tecido branco como uma corda no pescoço. Fechei os olhos, esperei a montanha-russa começar a acelerar e senti a mão tremer. Pode? E minha avó lia uma revista de fofocas, mais relaxada do que nunca. Ana, como se apresentou, borrifou água em minha franja, penteou e mandou ver. O espelho (e meu reflexo aterrorizado) se escondia atrás dela. Eu só via pedacinhos de fios caindo em meu colo. Ela passava confiante a navalha pelas pontas. Só uma leve desfiada, como era antes. Me deixou contemplar sua obra em minha cabeça por alguns segundos e voltou ao trabalho (e durante o tempo livre que tive cocei os olhos, não vi nada).
O resto é quase um branco. Deletei o resto da experiência. Achei melhor não me encarar de cara nova, só tirei uma foto e agora compartilho com vocês um resultado que ainda não vi e que só verei quando sentir que o cabelo crescer bastante. O que acham?
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