sexta-feira, março 07, 2008

Leve desabafo

Eu queria que as coisas simplesmente voltassem a ser como antes.
Sabe, a gente se falava, a gente ria, a gente contava segredos, a gente se ajudava, a gente conversava, a gente se importava um com o outro. Nós éramos irmãos!
Mas algo aconteceu. De um dia pro outro, você simplesmente se desconectou. Virou uma outra pessoa e parou de falar para mim o que sente. Passou a se esconder atrás de um punhado de desconhecidos, um vago sorriso e um olhar perdido no horizonte. Cara, o que aconteceu? Fui eu? Não comece com daquele jeito, ‘não é você, sou eu, o negócio é que é muito difícil de explicar, você não vai entender, deixa para lá, esquece’, por favor. Algo aconteceu. Eu sei. Eu percebi.
Você olha daquele jeito que a gente olha quando está apaixonado, confesse. Não que você esteja, mas é o mesmo jeito... Pode parar de ler se quiser, afinal, se te ofendi ou se me enganei redondamente.
Você está lá, quieto, na sua, quando de repente seus olhos sem querer se viram sem motivo algum, e quando você enxerga-me, um sorriso bobo automaticamente toma conta da sua cara! É impossível explicar o porquê de o seu coração bater tão rápido apenas com uma simples visão. Eu também não entendia por que o meu batia rápido quando eu olhava pra você.
Você vai reler essa carta. Não sei se vai chorar do jeito que eu chorei antes, mas eu tenho certeza que você vai se perguntar, ‘como ela descobriu?’...
Nem eu sei. Simplesmente caiu na minha cabeça aquele sentimento (essa é velha...) ‘olha ele lá olhando pra você’. Eu olhei e, pimba!, o sentimento estava certo! Eu morri de... Sei lá do quê, era um sentimento ao mesmo tempo bom e ruim. Uma sensação palpitante no meu coração, uma mistura de ansiedade com um pouco de medo. Uma coisa que não dá para descrever, mas que você, apesar de tudo o que já passou, tenta apagar ficando com outros caras. Mas mesmo assim, apenas um simples ‘oi’, dias depois, já traz tudo de volta...
Nem o seu cabelo nos seus olhos esconde o jeito que vocês os revira, se perguntando, ‘falo ou não falo?’. Meu cabelo não cobre os meus olhos do jeito do seu, mas eu tento não os revirar. Mas às vezes, é instantâneo.
Por favor, fale comigo. Mesmo que tudo o que eu tenha escrito seja uma baboseira apaixonada, eu quero saber a verdade.