quarta-feira, julho 25, 2018

Convergência

Um dia talvez eu te perdoe por você ter passado tão perto de mim e nunca ter me encontrado.

Eu vou perdoar todos os nossos amigos em comum que não pensaram em nos apresentar antes.

Todo o destino que me pôs a metros de você e não me fez olhar pra trás, por cima do ombro.

Cada vez em que eu relei na ideia de te conhecer, mas escolhi outros caminhos.

Quero poder perdoar todos os pontos em comum entre a gente, incapazes de fazer faísca por conta própria.

As coincidências que nos afastavam e nos aproximavam, um ioiô de chiclete.

Sem reclamar por ter provavelmente andado ao seu lado, invisível e insensível, em um lugar qualquer.

Será que, nem uma única vez, eu não tenha te olhado por um mísero segundo?

Vou parar de correr atrás de um culpado para eu não ter te visto antes, bem na minha frente.

Ninguém tem mais culpa nisso tudo do que eu.

E pensar que se eu tivesse te procurado um pouco mais, um pouco antes... Ah!

Que horrível seria. Jamais tão incrível.

Eu era incapaz de sonhar assim.