quinta-feira, outubro 18, 2007

Apenas

Os dias não estão indo pra frente...

"Sinceramente (estou falando essa palavra mais ou menos meia dúzia de vezes por dia, no mínimo)?
Eu costumo julgar as pessoas pela segunda, terceira impressão. Costumo dar chances, até para aqueles que erraram. Mas se elas continuarem erradas, eu não perdôo, mas não importa o que a pessoa faça de volta para mim.
Jamais quis ser alguém além de eu mesma; não que eu tenha crises fortes de narcisismo, mas é que me sinto bem sendo eu mesma (quando me sinto bem). Já me acostumei com os meus defeitos e com o andar da carruagem.
Ultimamente, tenho visto as coisas meio sem brilho, como se fosse uma pintura velha e desbotada. Tudo o que me faz sorrir é meio falso, fora do contexto normal. Sinto que falta alguma coisa, algum toque no coração.
Perdi o senso de direção de vez, não sei se o meu norte é sul. Qualquer caminho me parece o errado, já cansei de procurar. Agora estou toda arranhada de entrar em caminhos errados.
Aqueles que em que eu confiava me mostraram seu lao mais estranho e que eu jurava não existir; mudaram tudo e não deram satisfações a mim, que sempre foi "a amiga".
Os textos perderam o sentido, o medo perdeu a graça, estou a bocejar de tédio.Se cavarei um buraco fundo, fundo, fundo, na terra e me enfiarei ali?Talvez, talvez."

quarta-feira, setembro 05, 2007

Pensamentos - Parte 1

Há algum tempo, caiu uma coisa na minha cabeça. Não, não era um cocô de passarinho, muito menos um frango assado, nem um boneco Power Rangers de alguém ou um prato de jantar escocês. Também não era um telefone celular, um livro (graças a Deus) ou talvez uma calça jeans, mesmo morando em São Paulo.
Não era alguma coisa, (como dizer?)... Sólida. Não era um objeto que podemos tocar, dizer que temos e ir até a padaria do Seu Zé ou na peixaria do Seu Timóteo pra comprar mais. Era, na verdade, um sentimento.
Não, não sou emo, eu não estava drogada e não foi um sonho, de verdade, caiu um sentimento na minha cabeça. Um pouco menor que a minha mão fechada, ele era completamente azul, um azul lindo e brilhante. Não se aparentava com humanos, mas possuía cabeça, duas pernas, dois braços, uma barriguinha gorda e sem umbigo, e não tinha cabelos, pelo contrário, tinha uma cabeça redonda e dois olhinhos que pareciam dois pontinhos pretos. Não tinha nariz, só uma boquinha (mais um traço preto fino) que era um arco para baixo.
"Hein?", eu disse, porque apesar de pequeno, o sentimento que caiu na minha cabeça pesava quase o mesmo que uma coxa de frango assado. E, vindo de cima, ficava mais pesado.
“Ah, é só mais um humano bobo.”, disse o sentimento. Ao olhar os meus Nike Shox tamanho 37/38, gigantescos, altos, com aqueles amortecedores de impacto um pouco menores que ele, debaixo do meu calcanhar, ligados aos meus jeans azuis Spezzato pertinho dele, ele gritou, horrorizado, “Não pise em mim, por favor! Eu não quero morrer, por favor, piedade, humano! Desculpe se o ofendi! Piedade, misericórdia! Eu suplico!”
“Não vou pisar em você” eu disse, me agachando ao lado dele, “Mas que diabos você é?”
Praticamente beijando meus pés, o sentimento disse, naquela voz aguda e fininha dele, “Eu sou um sentimento, obrigado por não me matar, ó poderoso humano!”
“Para começar, eu sou HUMANA, tá ligado? E, como assim, um sentimento? Como você caiu do céu daquele jeito?”
“Como assim, você não me viu cair? Todos os sentimentos caem, o tempo todo, na cabeça das pessoas!”
Na minha mente, eu me perguntava “E todos são gordinhos como você?”
Ele continuou, “Deus precisa mudar o caminho das pessoas de vez em quando. Animar aquele que está triste, entristecer o felizardo, acalmar o raivoso, enfurecer o tranqüilo, etc. Por isso, nós, os sentimentos, caímos na cabeça das pessoas, passamos sem vocês sentirem. Você está feliz, não está?”
Eu estava voltando da casa do menino que eu gostava, e tinha contado pra ele o que eu achava dele. E ele também. Precisa continuar? Marcamos um cinema no sábado, eu estava explodindo!
Sem esperar minha resposta, ele continuou, “Eu sou um sentimento, então alguma coisa ruim ia acontecer com você. Eu não sei o que, só sei que aconteceria. Mas, afinal, por que eu não entrei na sua cabeça?”
“Sei lá. Pergunte a Ele.”, eu disse.
“Mas e agora? Eu tenho que entrar na sua cabeça! Senão alguém vai pisar em mim e daí eu fico lascado! Por favor, me ajude, ó humana!”
“Tá. Vem cá.”, fiz uma plataforma, abrindo as mãos, e ele subiu. Tentei colocá-lo em cima da minha cabeça, para ele atravessar o crânio e me fazer triste de uma vez. Mas não aconteceu nada! Ele continuava lá! “Querido, você, não passa. Eu não sei o que fazer!”
Ele começou a chorar, lágrimas menores que uma gota de chuva. “Para onde eu vou, então?”, ele miou.
“Eu fico com você até alguma coisa acontecer. Vem.” O coloquei dentro do meu bolso do jeans, e fui andando pra casa. Se alguém viu uma menina morena ajoelhada na calçada, conversando com ela mesma, pode saber que era eu.
“E se você tiver que entrar na cabeça de outra pessoa, não eu?”
“Impossível. Deus manda cada um cair em cada cabeça, não há erros. Cada um tem um número de identificação. O seu é 13465445. E cada um dos 6 bilhões de habitantes da Terra tem o seu. Não há erros.”
Queria saber quem era o número 88888888, porque os chineses dizem que o número 8 atrai dinheiro. Provavelmente era o Bill Gates.
Tomei o ônibus, parando antes num orelhão, para avisar a minha mãe que estava trânsito e eu só voltaria para casa bem depois, bem depois.
Sentei num banco completamente pichado de um parque com grama verde e carvalhos, abrindo a bolsa e procurando por alguma coisa. É que costumo procurar coisas quando não sei o que fazer.
“E aí? É pra hoje ou vai ser difícil?” o sentimento falava, com aquela voz aguda e fininha.
“Sei lá. Tem alguma idéia do que podemos fazer? Você precisa tomar seu caminho, meu chapa; esse trabalho é não-remunerado.”
“Tenho uma idéia”, disse ele, “Eu entro pela sua orelha! Tenho certeza que vai dar no cérebro! Não vai doer, prometo!”
Se eu tivesse um cérebro rápido de pensar, teria coberto as orelhas com as mãos e dito, “Nem pensar! Orelha grande é a do meu pai, se toca!”. Mas o sentimento foi mais rápido e se enfiou dentro do meu ouvido, antes que eu pudesse piscar. Doeu, sim, mas pouquinho, e na hora, por instinto, eu rondei o parque com os olhos.
E vi o menino que eu gostava, com o braço na cintura de outra, uma loira de vestido azul, que beijava a bochecha dele. Logo eles pararam, e sem vergonha nenhuma, deram um real beijo, abraçados e demoradamente. Quando abriram os olhos, ele me viu, mas seguiu na direção contrária, sem me dar oi, sem pedir desculpas, se me olhar de verdade.
Talvez tenha sido o Nike Shox que o fez largar de mim como uma batata quente. Talvez o jeans Spezzato. Talvez o cabelo moreno. Talvez o 1,55 de altura. Talvez a minha voz. Talvez a minha paixão por Fórmula 1. Talvez o meu ódio por casacos de pele. O que será?
Nunca cheguei a saber. E depois daquele dia, eu parei de gostar dele. Não respondi mais os seus e-mails, nem os que eram perguntas para provas. Não falei mais com ele, não atendia ao telefone quando era ele, não olhava mais para a cara dele, e, claro, não fui ao cinema no sábado, o esqueci e a vida continuou.
Porém, não chorei uma lágrima sequer durante esse período. Não choraminguei. Senti-me triste, é claro, mas chorar? Nada. Necas.
Será que aquele sentimento era um sentimento triste mesmo? Ou era um sentimento de coragem? Porque coragem foi o que eu mais tive, fui durona e deixei passar. Se ele queria ficar com ela, ótimo, menos um erro que eu ia cometer na minha vida.
E foi isso que aconteceu.

sábado, agosto 18, 2007

Para XxXxXx

Cara XxXxXx,
Como você pôde fazer isso comigo? Eu sempre te ajudei (não tantas vezes como você), estive ao seu lado e sempre fui sua amiga, companheira de todas as horas.
Mas, ao ler este diário, você violou qualquer regra de amizade. Eu te dei na mão a minha confiança completa. Praticamente o meu diário, de mão beijada, destrancado, na página certa, comigo no banheiro!
Pensei: "Levo comigo dentro do banheiro, para não ter dúvida?" Mas achei que isso ia te magoarm e podia parecer que eu não confiava em ti.
Mas, do mesmo jeito que vocÊ me magoou, eu achei que poderia te magoar. Então, respirei fundo, confiei em você e depositei toda a confiança em ti, porque sabiaque em você eu podia confiar.
Mas não. Você me traiu, lendo o meu diário, lendo coisas que estavam somente porque eram extremamente pessoais.
Não importa dizer que você é assim e não vai mudar. Todos nós temos sim os nossos defeitos, assim como qualidades maravilhosas. Mas, todo mundo tem que se controlar sempre, porque defeito não se soma, se subtrai, além disso, você devia ter pensado antes em mim, em como em ia me sentir se descobrisse.
Enfim, achei horrível o que você fez, isso me magoou bastante. Não digo isso como mãe ou professora, mas como amiga. Porém, achei pior você ler o meu diário e não me contar do que o fato de você apenas ler o meu diário. Se teve coragem de fazer, por que não de contar que fez?
Aposto que você não gostaria que eu lesse o seu diário, descobrisse alguma coisa pessoal demais e não te contasse o que eu fiz... Isso dá uma sensação estranha, do tipo, o que mais ela leu e não disse?
Do mesmo jeito, você sabe que nós duas gostando da mesma pessoa, mas apenas você contando a verdade, é uma coisa complicada! Eu esperava que, se eu parasse de falar nele e de pensar nele eu ia o esquecer. Mas você falava nele, me ligava para falar dele... Ele era o assunto em questão não por minha, mas por sua culpa, eu o evitava como o diabo foge da cruz, mas aquele filho-de-mãe, voltava, jogando charme pra caramba!
Sobre o segredo, eu sinceramente não queria nem me iludir, nem iludir você nem iludir mais ninguém! Eu odiava quando ele vinha falar comigo e eu ficava vermelha! Eu dizia coisas sendo mentirosa, falsa... EU ME ODIAVA POR AQUILO!!! Tinha vontade de puxar a cabeça dele e dar um beijão daqueles nele, sem me preocupar com o futuro ou com a reação dele! Eu só queria acabar com as mentiras!!!
Mas daí aqueles olhos castanhos (que para mim são cor de mel...) brilhantes não olhariam mais nos meus castanho-escuros... Eu jamais testemunharia o bom humor dele... E perderia não somente a amizade dele, mas a sua tbm...
E, obviamente, eu seria perseguida até o final dos meus dias, sendo apontada me todos os lugares: "Távendo aquela ali, ó? Ce nem sabe... Beijou o amigo no meio da aula! Deu o maior rolo, o amigo tava ficando com outra, deu a louca nessa aí, e..."
Afinal , eu estava numa das piores encruzadilhas, num papel que eu odiava. Se eu contasse a verdade, você não ia me perdoar! Se eu continuasse mentindo (como eu fiz...) você iria descobrir, de um jeito ou de outro (como aconteceu)!
Quero pedir desculpas se te magoei, e quero que saiba que eu condeno o andar da carruagem: nenhuma de nós estava certa em:
  • Gostar do mesmo menino que você e não te contar
  • Ler meu diário e esconder isso de mim (está velho o argumento "você não perguntou nada..." Cadê a sua coragem e maturidade que eu conheço??)

OK? Chega de mentiras, de histórias mal contadas, de cartas debaixo da manga, porque nenhuma amizade se resolve assim, assim, eu não quero crescer assim, e não quero que você cresça assim!!!

Ps: Texto dirigido a XxXxXx, tirando dúvidas sobre o fato de a gente ter gostado (NO PASSADO) DO WwWwWw, ao mesmo tempo, e ela não sabia que eu tbm gostava dele.

Pss: Tô com mania de usar letras em vez de nomes...