domingo, janeiro 31, 2021

Acho que foi o cabelo

 Este ano eu não sei o que aconteceu, mas esse ano eu fiquei... muito bonita.

O que mudou? Vou listar algumas coisas que eu pensei:

Eu engordei vários quilos e parei de fazer atividades físicas. Pela primeira vez me tornei uma mulher de peito, e minha bunda caiu uns dois ou três centímetros. Aumentei por inteiro em tudo, do rosto aos pés. E acho que fiquei mais normal, nesse aspecto.

Deixei o cabelo crescer. Em setembro eu parei de lavar o cabelo todos os dias (antes eu lavava até duas vezes por dia) para diminuir a oleosidade. E deu muito certo, os fios ficaram mais volumosos e fáceis de lidar. Também deixei de lado os condicionadores e o secador; prefiro só umas gotinhas de óleo para desembaraçar quando o cabelo ainda está molhado. Um pente de madeira aposentou a Tangle Teezer. Enfim, o cabelo ficou mais cheio, maior, e não vejo corte, nem pra aparar as pontinhas, no horizonte. Prendo com umas piranhinhas, elástico de mola ou piranha grande e na maioria do tempo ele está meio sujo. Acostumei.

Cuidei o possível do rosto – lavando e usando cremes e água termal, mas nem sempre eu estava a fim. Às vezes mais, às vezes menos espinhas, sem drama.

Durante algum tempo eu tomei sol religiosamente por meia hora, sem protetor; às vezes até de biquíni. Foi ótimo num geral para sono, depressão, ânimo – e consegui pegar uma corzinha.

Hidratante labial? Eu, que era viciada, usei menos do que deveria. E é tão simples de passar...

Desacostumei das lentes de contato e deixei meus óculos na ponta do nariz o ano inteiro. Antes era raríssimo que eu ficasse de óculos, mas a lente passou a atrapalhar e usei óculos de sol muito menos do que costumava. Pensando nisso, até considero uns óculos de sol com grau, imagina?

Quase não bebi, comparando com o que eu beberia num ano normal. Estive bastante exposta a cigarro, mas talvez menos à poluição.

Fiz duas tatuagens, o que eu queria muito, e fiquei obcecada em fazer mais. Agora quando olho os espaços sem tinta parece que falta alguma coisa, está tudo sem graça.

Usei perfume algumas poucas vezes e testei um cheiro novo que gostei muito.

Raspar? Fiquei uns dois meses e meio sem depilar axilas e pernas e foi incrível. Se eu já estivesse mais adiantada na depilação a laser, com pelos menos grossos e escuros, eu largaria mão de vez de depilar sempre.

Troquei até o meu desodorante! Mas continuo com a hiperidrose do mesmo jeito.

Até tentei retomar o hábito de fazer a unha, mas não tinha motivo nenhum. Preferi deixar curtinha e sem nada mesmo. Intercalei entre roer e crescer e agora estou na fase do crescer, cada vez mais incomodada e a fim de cortar.

Usei cremes no corpo por um tempo (uns dois dias), mas ganhei uma preguiça incrível de ter tanta rotina. Quando lembrava, logo depois de sair do banho, fazia força pra esquecer. Hoje acostumei a passar qualquer creme, o que tiver à mão – e se não passar, tudo bem também.

Cuidei de aspectos da saúde que me incomodavam, da tireoide ao pulmão – e descobri outros problemas pelo caminho. Normal, acho que faz parte. Mas tomar remédio é muito chato, ainda mais quando tem vários efeitos colaterais.

Para esse ano eu gostaria de mostrar mais que fiquei assim, sem dúvida, e ter uma rotina de exercício sem risco. Eu adoro o ar livre para me exercitar, mas infelizmente não posso contar com o bom senso das outras pessoas para usar máscara e não aglomerar.

E ainda não é hora. Ninguém quer ver nada disso.